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Quem é Pim-Pim?

Há muito tempo, quando já na cidade, abri o salão de cabeleireiro, entre discussões de qual nome seria melhor para o salão com a minha antiga esposa, havia na novela Roque Santeiro alguns personagens famosos. Juan Pierrot e Pim-Pim eram dois dos nomes que ela sugeriu. Pensei que Pierrot parecia difícil demais pra lembrarem, e um bom negócio tem um nome fácil e famoso. Depois disso, ganhei este apelido notório que ficou na memória de muitos que sentaram na cadeira da barbearia durante os quase vinte anos trabalhando nisso.

Me tornei barbeiro depois de vir a saber que tinha diabetes. Na época diabéticos se aposentavam, mas o governo não tinha interesse de aposentar um cara jovem como eu com menos de trinta anos, então o INPS pagou um curso de barbearia, que era um serviço bem mais leve que carregar pedras e eu poderia fazer, e me deu a aparelhagem pra trabalhar, os espelhos, navalhas, tesouras e cadeiras, e meu sogro foi muito parceiro em ceder por muitos anos um espaço onde deixou que eu construísse uma salinha pra trabalhar, construção que deixei a ele como pagamento pelos anos em que trabalhei ali, não sou pedreiro, mas a sala não caiu, então devo ter algum bom talento. Foi bom, eu não queria ser sustentado, sempre gostei de trabalhar.

A época dos permanentes me fazia perder tempo, e precisava trabalhar de um jeito que pudesse atender bem a minha família, aquilo era estressante, haja papelote enrolado em cabelos que desejavam estar encaracolados, até o belo dia em que tirei a parafernália do salão e passei a cortar somente cabelos de homem. Mulheres geralmente querem picotar os cabelos de tudo quanto é jeito e quando se tenta fazer algo retinho e direitinho elas não gostam, são complicadas, até a minha era, cansei. Mas não fui barbeiro, no estrito sentido, só cabeleireiro, sempre tive preguiça de fazer até a minha barba, quanto mais alisar a cara de outros marmanjos.

Pim-Pim notoriamente, antes de alguns acontecimentos que me afastaram no negócio, foi o nome de um projeto que tinha tudo pra dar certo, uma ferragem. as letras I do meu apelido se tornaram pregos com martelinhos encima, tinha tudo pra ser a combinação ideal no nome da ferragem e o povo tinha gostado da ideia.

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